quinta-feira, 8 de maio de 2008

MÊS DE MAIO



OREM PELO RAFAEL

Tarde de quarta-feira, 7 de maio de 2008...


Enquanto minha amiga da faculdade e eu íamos de ônibus para um dos bairros de Maceió dar aulas, fui assaltado por um jovem chamado Rafael, lembro-me até hoje do cheiro de fumo que exalava de seu rosto.

Felizmente todo o dinheiro que tinha no momento eram apenas R$ 6,00 e por pouco meu celular quase foi furtado também, dei sorte pois tinha acabado de ir a um banco pagar uma conta de R$ 320,00. Porém, o que me marcou neste dia foi minha atitude diante deste episódio.

Com muita tranqüilidade consegui estabelecer um diálogo com aquele jovem, que estava acompanhado por dois comparsas, estrategicamente espalhados pelo fundo do ônibus.

Depois de me levar R$ 6,00 e de tentar roubar meu celular, passei a vê-lo não com olhos de julgo ou rancor, mas de amor e perdão, passei a vê-lo com os olhos de Deus e senti um imenso amor pela sua vida.

Senti algo diferente e estranho em mim, uma mistura de medo e ousadia, pude abrir minha boca e falar do grande amor de Cristo por sua vida e sobre o PODER que poderia mudar sua trajetória e suprir todas as suas necessidades, o poder de Deus.

Levei-o a refletir naquele ato que o mesmo cometia com muitas pessoas, fazendo muitas vítimas, para que se importasse em ser justo com os outros, pois em troca disso os outros seriam justos com ele.

Envergonhado e sem palavras, o jovem Rafael, morador do bairro Benedito Bentes (vulgo BIL), renomado como um dos bairros mais violentos e marginalizados de Maceió, constrangeu-se e percebeu que poderia dar outro rumo a sua vida.

Depois disso saí imediatamente do ônibus, descendo no lugar onde era mais seguro naquele instante, minha colega ao contrário de mim, estava muito nervosa e impressionada, sentia-me chocado porém tranqüilo, pois me pus à disposição do Senhor num momento tão delicado como aquele e tive a capacidade de levantar o nome de Jesus até num momento de “perda”.

Sei que este dia ficará marcado para aquele jovem, sabendo eu que a palavra de Deus nunca voltará vazia, mas é como uma semente que depois de plantada crescerá e dará frutos. Por isso, sei que tudo o que falei tem um propósito na vida daquele garoto, não foi em vão.

Orem por este jovem e por todos os que se submetem a esta mesma rotina, de roubos e vícios, visto que muitos se encontram nesta situação pelas condições que lhes rodeiam e não pela opção de viver na marginalidade.

Façamos a diferença a ponto de sermos agentes de transformação onde quer que estejamos, em qualquer que seja a situação. Para isso muitas vezes precisamos mudar nossa visão a respeito daqueles que estão marginalizados na sociedade e sermos como faróis na noite para estes, sendo luz e indicando o caminho por onde devem seguir e motivá-los a pôr sua Esperança num Deus que transforma destinos e supre todas as nossas necessidades quando deixamos o mesmo agir em nossa vida, moldando-nos segundo a boa, perfeita e agradável vontade de seu coração.


"As pessoas são más..." (pois) "os tempos são maus." (Pregador Luo – APC 16)


...Wallace Procópio

2 comentários:

Unknown disse...

Já fui assaltado uma vez e sei bem dos sentimentos de perplexidade e impotência que nos acomentem nesse momento, porém, fiquei muito emocionado com sua reação... um olhar de amor sobre o "bandido" - que é também vítima de uma sociedade excludente, impregnada de julgalmente e de valores materialistas. A Sociedade cria o bandido e depois o prende.

Leonel

Unknown disse...

Fiquei impressionado ao lê seu relato. Também já fui assaltado e as perdas foram relativamente pequenas diante das circunstâncias. Foi um momento em que eu estava longe dos caminhos do Senhor. De maneira alguma me ocorreu a possibilidade de, naquela ocasião, trazer à tona os magníficos ensinamentos de nosso Mestre Jesus Cristo... Até hoje sou grato pelo livramento que recibi, apesar de meu estado espiritual. Sua atitude foi sublime: amor em meio às adversidades. Que este belo gesto sirva de exemplo para tantos quanto se propõem a servir ao Grande príncipoe da Paz. Amém.